Véu do Tempo

Título: Véu do Tempo
Páginas: 368
Autor: Claire R. McDougall
Ano: 2017
Editora: Jangada (cortesia da mesma)
Compre: Submarino Americanas - Saraiva 
Adicionem: Skoob
Sinopse: A medicação para a epilepsia mantém Maggie num estado permanente de torpor, mas não consegue aliviar sua dor por ter perdido a filha em decorrência da mesma doença. Com o fim do seu casamento e o filho mais velho num colégio interno, Maggie se muda para uma casa de campo nas ruínas de Dunadd, o local histórico que um dia foi a sede da realeza da Escócia. Tudo muda em sua vida após uma convulsão, e Maggie desperta num vilarejo dentro dos muros de Dunadd do século VIII. Mesmo sem saber se isso realidade ou apenas uma alucinação causada pela doença, ela é atraída pela presença de Fergus, irmão do rei e pai de Illa, uma menina que tem uma semelhança impressionante com a sua falecida filha. Mas, com as demandas do presente chamando-a de volta, conseguirá Maggie deixar para trás o príncipe escocês que já a chama de meu amor?

Oie pessoal! Tudo bem com vocês?

Mil desculpas por ter desaparecido nos últimos dias de fevereiro, tive um pequeno e bom imprevisto e por isso cai completamente fora do meu cronograma, mas agora para essa semana já vou deixar as coisas programadas e assim não haverá problemas =D

Hoje começo com uma resenha de um livro, que como vocês notaram no vídeo que postei ontem (domingo), eu amei realizar a leitura dele!

Véu do Tempo, recebi em parceria com a editora Jangada e amei a leitura, eu não sabia exatamente o que esperar do livro, só tinha um pequeno déjà-vu de que ele seria parecido com Outlander e eu não poderia estar mais enganada! (risos)

A obra de Claire R. McDougall se tornou um dos meus livros favoritos em relação à temática Bruxas, mas como assim Nay? Ele não seria um romance, em vez de fantasia?

Com certeza galera, se trata de um romance, mas o assunto secundário dele falava sobre todas as mulheres que foram queimadas na fogueira, o foco de jeito maneira foi esse, mas se interligava com o principal em todo o decorrer da história.

Meggie tem epilepsia e toma remédios muito fortes para manter as crises sobre controle, todavia num descuido de dose nossa personagem principal acaba sofrendo uma crise e indo parar na Escócia antiga.

Mas ela não sabe se é um sonho, ou a realidade ali debaixo de seu nariz, ela se transporta para um passado do local onde ela estava morando, enxerga como era a vida das pessoas no século VIII e acaba sendo levada pelos moradores do local para a Druidesa do vilarejo.

Entre idas e vindas da realidade, Meggie nos apresenta sua tese sobre as mulheres que foram mortas antigamente acusadas de heresia, nos conta sua vida e principalmente os modos de viver de um povo muito antigo.

Permitem-me contar a história desse livro por uma visão mais ampla do que pela visão da Meggie?

Véu do Tempo é uma história muito bem desenvolvida e que nos apresenta fatos e um ponto de vista que dificilmente encontramos em livros como este.

Vamos dividir a história em dois pontos: primeiro século XXI e segundo século VIII.

Em pleno século XXI encontramos a vida da Meggie virada de cabeça para baixo, um divórcio de um casamento que nunca deu certo, a perca de uma filha para a doença pela qual ela luta contra constantemente e o afastamento do filho mais velho após o falecimento da irmã.

Nossa personagem acaba se mudando para Dunald, uma região pequena da Escócia, e lá se mantém entretida o máximo do possível em sua tese sobre as mulheres mortas na fogueira e a entrada do cristianismo nos povos antigos.

E em pleno século VIII, Meggie nos apresenta um povo com suas crenças e culturas mil vezes diferente da que encontramos hoje em dia.

Ela não sabe se esta sonhando ou vivendo aquilo realmente, mas o mundo novo e as descobertas que ela faz lhe apontam o caminho mais óbvio de todos: tudo é real, principalmente o seus sentimentos por Fergus.

Na Dunald do século VIII, enxergamos e imaginamos como era viver naquela época, o que para nós com certeza seria algo ruim, para eles era normal, como por exemplo: não tomar banho, comer com as mãos e jogar bola com a bexiga de uma cabra (não, não estou brincando).

Mas também nos apresenta aquele lado que amei conhecer, o que as pessoas pensavam sobre o cristianismo, sobre o que eles pregavam, porque mudar uma cultura em pró do pensamento de alguém que não fazia parte daquela comunidade, etc.

Essa foi a melhor parte para mim do livro, pois ele me mostrou um lado que não encontramos em livros, que é exatamente o que citei acima, a autora nos mostrou uma comunidade unida que foi se distanciando por opiniões diversas.

Um povo que não sabia o que o futuro lhes reservava, principalmente as Druidesas, mais conhecidas como Bruxas, o que aconteceriam com elas, com aquilo que elas acreditavam.

E principalmente mostrou que muitas, ou melhor, dizendo as milhares de mulheres mortas nas fogueiras, acusadas de heresia eram inocentes, que o massacre dessas pessoas antigamente, não só de mulheres, mas de homens, crianças, idosos, todos que iam contra ao que a Igreja pregava foram mortos, se formos comparar essa matança, chegamos ao mesmo nível de números do massacre da 2ª Guerra Mundial.

É ai que paro e penso: porque tudo isso? Porque matar só porque as ideias discordam, porque acabar com uma cultura porque é diferente da sua? POR QUÊ? 

Foi tão triste e tão profundo a leitura desse livro, dessa parte principalmente que quando finalizei a leitura, notei que nem havia me aprofundado como devia no foco principal da obra.

Mas tanto as pesquisas da Meggie, quanto a realidade nua e crua do Século VIII, me prenderam a atenção completamente, todos sabem que sou apaixonada por tudo que envolve as histórias das Bruxas, me identifico com elas, pelas lutas e perdas que tiveram.

Quando vejo o que os seres humanos são capazes de fazer uns com os outros é muito triste, mas tirando essa parte humana e histórica ao qual me prendi a leitura.

Esse livro nos mostra a força de almas gêmeas, aquelas pessoas que nasceram uma para as outras, muitas pessoas podem não acreditar nisso, podem achar besteira.

Mas Claire R. McDougal escreve sobre isso tão sutilmente que qualquer um irá se apaixonar pela história criada por ela, foi uma leitura envolvente por mais de possuir uma narrativa lenta.

Ela nos segura e nos prende do início ao fim do livro, no desenvolver todo da história torcemos para que as coisas deem certo para a Meggie, para o Fergus, para que suas histórias terminem bem.

Para que cada um consiga resolver seus problemas, e principalmente que Meggie consiga se aproximar novamente de seu filho, é uma história emocionante, com pós e contras, e com reviravoltas surpreendentes.

Mas principalmente uma história que nos mostra a força do amor, daquilo que acreditamos, das nossas crenças, e nos mostra o quanto o mundo em certos aspectos evoluiu e em outros continua igual.

Falando assim até pode parecer uma obra complexa, mas muito pelo contrário ela é simples, sútil e envolvente.

O desfecho dessa história me deixou com o coração apertado, tentando imaginar os passos seguintes dos nossos personagens principais, tanto do rumo que a história de Fergus iria tomar no século VIII, quanto da Meggie em pleno século XXI.

Duas coisas que me chamaram bastante a atenção nesse livro e uma delas eu nunca havia parado para pensar, é em como as tatuagens eram feitas naquela época, muitas vezes lemos algum livro com um tema mais histórico e encontramos personagens com a pele marcada, mas nunca havia parado para pensar em como isso era feito...

A curiosidade acima disso está batendo e no que eu tiver um tempinho de sobra, com certeza irei pesquisar mais sobre isso, para entender melhor o processo na época.

E a outra coisa que me chamou a atenção na leitura foi em relação ao casamento da Meggie, quando ela se casou com seu ex-marido, notamos que ela nutria sentimentos bem fortes por ele e sempre o respeitou como ele era.

Mas por outro lado, seu marido não era capaz de aceitar nossa personagem principal como ela era, principalmente quando envolvia sua doença, acredito que quando nos juntamos com uma pessoa, temos que ter plena noção de como ela é, e que não podemos mudar uma pessoa.

Eu acho muito ruim quando tentam nos moldar conforme suas visões e crenças, é muito chato e antiético, pois cada um é diferente do outro e seria muito ruim se todos fossem iguais, pena que as pessoas não sabem respeitar a individualidade de cada um...

Junto desse pensamento de respeitar o outro, notamos também no decorrer da história que tanto a mãe quanto o irmão de Fergus queriam porque queriam que ele se casasse novamente, depois de ter perdido a esposa.

Notávamos que não era o desejo dele isso, que ele não queria outra mulher, que ele ainda não havia superado a perda da pessoa que amava, e quanto mais à família dele pressionava mais eu me irritava, pois as famílias tem a mania chata de acharem que sabem tudo o que o outro precisa, e não levam em conta o desejo da pessoa em si.

Não quero dizer nada, mas se algum dia eu tiver um filho, farei de tudo e mais um pouco para não ser assim, não seria justo para eles e muito menos para mim que prego sempre o individualismo e opinião de cada um (risos).

Enfim, espero que tenham gostado da dica de hoje, foi uma leitura bem diferente do que eu esperava e imaginava, tanto é que me envolvi bastante com a história criada pela autora.

Quem ainda não leu com certeza indico, pois tenho certeza que irão amar essa obra e a história por trás dela, e quem já leu me contem o que acharam!

Ps: Observem bem a capa desse livro e notem em um detalhe bem sútil que existe nela, de primeira eu não havia enxergado, mas quando encontrei o detalhe a minha visão sobre a capa mudou e muito e achei muito amorzinho o/a capista ter pensando nessa detalhe para a capa!

Até a próxima meus amores!

Bjss, Nay =D